23 de nov. de 2011

Jesus era ecumênico e respeitava os outros - Pe. Zezinho

Fazia parte do jeito de ser de Jesus a expressão “se queres’. Propôs ao moço rico uma vida mais perfeita, se ele quisesse (Mt 19,21), respondeu que queria. Ao leproso que lhe propunha que, se quisesse, o curasse (Mt 8,2), perguntou aos doze em dúvida se não queriam ir embora (Jo 6,67). Perguntou ao paralítico na piscina se queria sarar (Jo 5,2-8). Não consta que tivesse forçado o centurião romano a se converter, nem à cananéia, nem à samaritana.

Jesus tinha outras ovelhas que não eram do seu rebanho e as respeitava (Jô 10,16). A pessoa não tinha que ser do seu grupo para operar em nome dele, desde que fosse sincera. Foi o que ele disse aos discípulos quando estes proibiram alguém que não era do grupo de expulsar demônios em nome de Jesus (Mc 9,38). Jesus sabia respeitar a escolha das pessoas, sabia dialogar, não foi nem nunca seria sectário. Por isso soube dialogar com fariseus, escribas, mulheres de má reputação, com a samaritana, cuja vida não era um modelo de virtudes, com Zaqueu, o coletor de impostos, com gente contrária, gente alheia e gente que nem era do seu povo.

Jesus não saiu por aí ameaçando com o inferno a quem não aderisse a ele. Só foi duro com pessoas mal intencionadas. Veio para os de boa vontade e respeitou a vontade de gente boa que não aderiu a ele. Não temos provas de que Nicodemos ou José de Arimatéia tenham se tornado cristãos. Jesus teve pena do moço rico, mas não o condenou por sua escolha. E não amaldiçoou os que o deixaram. Foi misericordioso inclusive com Judas, que planejava traí-lo. ( Lc 22,48 )

Jesus era um pregador que não impunha a fé. Oferecia com um sereno “se queres”. Quem não quisesse, ou não pudesse era amado do mesmo jeito.
Há uma diferença enorme entre Jesus e alguns pregadores modernos que chegam a ofender a quem discorda, não adere e não ora do jeito deles. É que Jesus amava a todos e eles não conseguem.

Só consideram irmão quem ora como eles. Precisam crescer, por isso encaram a pregação como uma guerra. O outro é adversário e precisa ser derrotado.
O cristão de verdade é diferente. É fraterno com todos, mesmo com os que não pensam nem vivem como ele. Vale a pena ouvir Jesus. Seu evangelho é forte, mas sereno.
De fanático Jesus não tem nada. Alguns de seus seguidores precisam aprender também isso. Jesus era ecumênico e respeitava os outros. Eles é que não conseguem, nem desejam...

Um comentário:

  1. Perfeito! Parabéns, texto bastante oportuno para um momento em o pais se encontra numa verdadeira segregação política!

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