Corinto era um centro de adoração pagã. Lá estava o templo de Afrodite com suas sacerdotisas e seu culto de glorificação do sexo. Banquetes eram realizados nos templos com abundância de carne de animais, sacrificados em honra às divindades do paganismo.
A carne e outros alimentos que sobravam desses banquetes, eram, posteriormente, colocados à venda nos mercados públicos onde, também, cristãos poderiam adquiri-los.
Cristãos eram convidados a participarem desses banquetes ou de festas onde esses alimentos seriam consumidos de modo sacrificial : como ato de sacrifício ou culto a algum deus ou deusa.
A questão, essencialmente ética, dividiu a igreja de Corinto em dois grupos: aqueles que não viam nenhum problema em participar desses banquetes e aqueles que, alem de se isolarem, escandalizavam-se com quem participava desse tipo de festa. É nesse contexto e para resolver esse problema que Paulo escreve e orienta.
Hoje como ontem, continuamos lidando com situações semelhantes. Pessoas a quem Paulo chama de “fracos na fé”. “A consciência dessas pessoas é fraca”, diz Paulo. “Por isso elas se sentem impuras quando comem desses alimentos”.(BLH). A mente está mais influenciada pelo paganismo, pela feitiçaria que pelo segurança e liberdade do Evangelho de Cristo. Vivem inseguras e medrontadas.
Chavões e atitudes tipo: “está repreendido”, “não pronuncie esta ou aquela palavra porque traz maldição”, “não use este ou aquele produto”, porque foi produzido por empresa supostamente de satanista, revelam insegurança e a fragilidade de uma fé não consciente e pouco alicerçada no Evangelho. Pura bobagem e criancice espiritual.“Não é esta ou aquela comida que vai fazer com que Deus nos aceite. Nós não perderemos nada se não comermos e não ganharemos nada se comermos desse alimento”(BLH)
Vejam a orientação de Paulo:
- Àqueles que se consideram maduros, que provem isto de modo prático pondo em funcionamento a lei da compreensão, do altruísmo e, sobretudo, a lei do amor.
O Edson, quando discutíamos este assunto em nosso Estudo Bíblico Fora do Arraial, observou, com propriedade, que a nossa insegurança quanto a essas coisas apenas validam esse tipo de feitiçaria evangélica. Conferem a elas uma importância, um valor que efetivamente não tem porque nada valem e nada são.
Então, o pecado não está no alimento e sim no egoísmo, na incapacidade de ceder, de abrir mão a favor de meu querido e frágil irmão.
Resumindo:a minha liberdade precisa ser regulada pela lei do amor, da consideração para com o meu irmão que só come brócolis ou alface, comprada na barraca do irmão de igreja.
Quanto à meninada,(isto mesmo! Paulo chama de meninos!), está passando a hora de deixar as fraldas, de crescer, de deixar a mamadeira de lado e ir para o alimento sólido(ler I Cor. 3:2).
É triste ver pessoas com anos e mais anos de caminhada na fé, agindo como crianças espirituais. Inseguras, instáveis, amedrontadas com todo e qualquer espirro de satanás; na base do “não comas isto”, “não bebas aquilo”, “cuidado com essa palavra porque ela atrai maldição”. Maldição coisa nenhuma! Maldição é conhecer Jesus e viver como eterna criança espiritual. Veja o que Paulo diz:
- “Vocês morreram com Cristo e por isto estão livres dos espíritos maus que dominam o Universo. Então por que é que vocês estão vivendo como se fossem deste mundo?
Não obedeçam mais a regras como estas: ‘não toques nesta coisa’, ‘não prove aquela’, não pegue naquela’”(Col.2:20,21-BLH).
Deu pra entender? Espero que sim!
Um beijo,
Dnl
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